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      Início Internacional ONG sugere que fotojornalista Maks Levin foi executado

      ONG sugere que fotojornalista Maks Levin foi executado

      A Repórteres sem Fronteiras (RSF), organização não governamental internacional cujo objectivo declarado é defender a liberdade de imprensa no mundo, revelou esta semana uma investigação exclusiva sobre a morte do fotojornalista ucraniano Maks Levin que indica que o profissional tenha sido executado pelas tropas russas.

      Depois de uma visita à Ucrânia entre 24 de Maio a 3 de Junho do ano passado, para investigar uma floresta ucraniana perto de Kiev onde, a 13 de março, alegadamente Maks Levin terá sido interceptado, interrogado e até torturado, antes de ser morto – juntamente com o soldado ucraniano Oleksiy Chernyshov, pelos militares do Kremlin. Os dois corpos só foram encontrados semanas depois, a 1 de Abril pelas forças afectas a Kiev.

      A RSF enviou dois investigadores para juntar evidências e procurar pistas sobre o que terá acontecido naquele fatídico dia. A investigação vai continuar, mas, para já, a conclusão é de que Levin e Chernyshov foram executados a sangue frio e, por isso, consideram, as evidências contra as forças russas são esmagadoras.

      Com 40 anos, Levin era um freelancer experiente que frequentemente colaborava com o portal LB.ua e com a agência de notícias Reuters. Quando a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia, a 24 de Fevereiro de 2022, entrou em contacto com o grupo de soldados que ele conhecia desde que cobriu o conflito nos Donbas em 2014.

      Sabe-se que, a 10 de Março, Levin usou o seu drone numa floresta, perto de Moshchun, enquanto tentava obter imagens e vídeos da invasão militar da Rússia naquela área. Quando voltou àqueles bosques três dias depois, os russos já estavam a ocupar a zona.

      Quando a RSF chegou à Ucrânia a 24 de Maio para iniciar a sua investigação, a Rússia havia retirado as tropas da região, mas a área ainda era perigosa, uma vez que os soldados russos deixaram para trás minas e armadilhas.

      Acompanhados por membros das forças de segurança, a equipa de investigação da RSF conseguiu localizar a cena do crime. O carbonizado Ford Maverick de Levin ainda estava lá. Foram encontradas no local várias balas, juntamente com os documentos de identidade de Chernyshov, o soldado que estava com Levin.

      A RSF acredita que vários itens com possíveis traços de ADN podem atestar a presença de soldados russos no local. As descobertas preliminares do relatório da RSF descrevem as informações, fotos, testemunhos e evidências materiais obtidas no curso da investigação.

      A ONG considera agora permanente identificar quem foram os autores do duplo homicídio e, também por isso, a investigação contemplou ainda uma visita ao vice-promotor-geral da Ucrânia em Kiev. Como resultado dessas reuniões, Arnaud Frér da RSF foi formalmente entrevistado como testemunha na investigação. A entrevista, feita por membros dos Serviços de Segurança da Ucrânia, ocorreu a 1 de Junho. Durante a conversa, a RSF entregou mais de nove evidências colectadas no campo e uma unidade flash USB contendo várias dezenas de fotografias da cena do crime captadas pelo também fotojornalista Patrick Chauvel.