Está quase pronto o Novo Bairro de Macau em Hengqin. Um comunicado divulgado na quinta-feira pela Macau Renovação Urbana, S.A. indicou que a construção da estrutura principal está feita e que só falta terminar a instalação do chão, tectos, partições dos diferentes apartamentos e os acabamentos. O início da venda das fracções deverá começar em breve. Contudo, o projecto parece não estar a gerar entusiasmo por parte dos residentes de Macau, segundo disse Chris Wong, presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau, citado pelo Exmoo News.
Chris Wong assinalou que a atractividade de um projecto residencial está intimamente ligado à conveniência e infraestruturas do local, por isso “o Novo Bairro de Macau não é, neste momento, considerado muito atractivo para o mercado”. Além disso, os residentes de Macau podem não estar dispostos a investir em imobiliário uma vez que ainda estão a recuperar da crise provocada pelos três anos de restrições pandémicas. O representante do sector imobiliário afirmou mesmo que Zhuhai poderá ser mais atractivo do que Hengqin para os residentes dispostos a investir em imobiliário.
Ho Siu Hang, director da agência imobiliária Centaline Macau, é da mesma opinião e diz que, como a economia de Macau está a recuperar da crise, os residentes ainda não estão dispostos a comprar casa em Hengqin. “A compra de casa não é uma necessidade imediata, portando, não haverá muita procura após o lançamento do projecto”, indicou ao Exmoo News.
O deputado Leong Hong Sai está mais optimista e diz que, embora ainda não haja as infraestruturas e instalações de apoio suficientes para fazer com que os residentes de Macau fiquem interessados na mudança para a Ilha da Montanha, o plano do projecto também inclui escolas, centros de saúde e centro de idosos. Assim, no futuro as condições serão melhores e poderão atrair mais residentes.
O deputado, engenheiro civil de formação, apontou também que há dois tipos de residentes que se vão querer mudar para o Novo Bairro de Macau em Hengqin. O primeiro é o grupo dos residentes que vão trabalhar em Hengqin, já que o preço da habitação é menor. O segundo grupo são os jovens que ainda não podem usufruir da habitação para a classe sanduíche e não conseguem habitação económica.
O Novo Bairro de Macau contará com 27 torres habitacionais, de 19 a 26 andares. Maioritariamente, cada andar é constituído por sete ou oito apartamentos, o que faz com que o projecto tenha quase 4 mil habitações no total. Além destas casas estão ainda reservadas 200 fracções para “quadros qualificados”. As estimativas apontam para que vivam no Novo Bairro de Macau em Hengqin entre 12 mil a 15 mil pessoas de Macau.