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      Macau recebe as primeiras excursões turísticas do Continente após três anos

      No primeiro dia em que Macau voltou a acolher excursões turísticas do interior da China, chegaram ao território seis excursões com 135 turistas em grupo de Guangdong, Xangai e de Liaoning. A Direcção dos Serviços de Turismo salientou que a retoma das actividades turísticas em grupo assinalou uma “abertura total do mercado turístico do Continente a Macau”. Com a expectativa de 40 milhões de turistas por ano, o organismo disse ainda que está a promover excursões oriundas do exterior.

      O território recebeu ontem as primeiras excursões turísticas provenientes do interior da China desde o surgimento da pandemia há três anos. Com o retorno das actividades turísticas em grupo, foram seis excursões do Continente que chegaram Macau, com um total de 135 turistas, incluindo dois grupos vindos da província de Guangdong, que entraram em Macau através do Posto Fronteiriço Hengqin e da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, três de Xangai e um da província de Liaoning, que viajaram para a região por via aérea.

      De acordo com o subdirector da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Cheng Wai Tong, até à passada sexta-feira, registaram-se já 15 excursões da China Continental inscritas para visitas a Macau, representando cerca de 400 turistas. Tendo em conta os procedimentos de viagem em grupo, o responsável assinalou que o ritmo de retoma das visitas guiadas “é muito rápido”, sendo que o organismo vai continuar a observar a situação, mas que é difícil prever, para já, o número de viagens em grupo em Macau ao longo deste ano.

      A DST, para mostrar a importância da recuperação turística com a chegada dos grupos turísticos, realizou ontem uma recepção de boas-vindas às primeiras excursões a chegar ao território por via terrestre e aérea, ao grupo de 27 pessoas de Guangdong e outro de 17 pessoas provenientes de Xangai. A delegação compreendeu os dirigentes da DST, representantes da indústria turística de Macau e a mascote do turismo de Macau, “Mak Mak”, que vestiu ontem o traje tradicional de Portugal.

      “Devido à prevenção e controlo da epidemia, foi suspenso, desde o final de Janeiro de 2020, o turismo das excursões transfronteiriças do Continente para Macau. Desta vez, com o apoio do Governo Central, foram totalmente retomadas as medidas de intercâmbio de pessoal entre o interior da China e Hong Kong e Macau, nomeadamente o recomeço da operação das actividades turísticas em grupo”, salientou a DST, realçando que este regresso dos grupos de turistas marcou “a abertura total do mercado turístico do Continente a Macau”.

      Relativamente aos itinerários, que terão destaque no elementos culturais e lazer como no programa de Passeios, Gastronomia e Estadia para residentes nos últimos dois anos, a primeira excursão que chegou por via terrestre vai realizar uma viagem de dois dias e uma noite e vai visitar a Vila de Nossa Senhora em Ká-Hó, a Vila de Pescadores de Coloane, o passeio ecológico das Casas-Museu da Taipa e as instalações integradas de turismo e lazer no Cotai.

      Já o itinerário do grupo de turistas de Xangai será de cinco dias e quatro noites e inclui as atracções do Património Mundial de Macau, o Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, a Igreja de S. Francisco Xavier em Coloane, as Casas-Museu da Taipa, a Rua do Cunha e instalações integradas de turismo e lazer.

      “Durante a visita, os membros do grupo irão também saborear pratos típicos de Macau, desfrutar do prazer de fazer compras livremente, entre outros, para sentir o lado de mistura das culturas chinesa e ocidental e do turismo de lazer de Macau”, assinalou.

       

      40 MILHÕES DE CHEGADAS ANUAIS

      Ricky Hoi Io Meng, também subdirector da DST, ao acolher as excursões de Xangai, disse que a visita prolongada do grupo é “uma boa notícia” para Macau, já que o itinerário de cinco dias vai permitir aos presentes conhecer Macau mais profundamente e sentir “os novos produtos turísticos” de Macau. Além do consumo nos grandes resorts no Cotai, os turistas vão também visitar os bairros antigos, o que pode promover a economia comunitária.

      “As autoridades vão comunicar mais com a indústria do turismo no futuro para que seja preparada a recuperação com base no padrão de quase 40 milhões de turistas em 2019, esta é a nossa meta, como disse o secretário Lei Wai Nong na sexta-feira. Vamos não apenas melhorar a capacidade de recepção de turistas, mas também aumentar a qualidade de serviços. Espera-se que o turismo possa recomeçar a trazer novas experiências aos visitantes de fora”, apontou Ricky Hoi.

       

      VISITAS DO EXTERIOR

      No que diz respeito a excursões turísticas estrangeiras, o responsável referiu que a frequência de voos que ligam Macau e os países estrangeiros está a retomar de forma gradual. As opiniões da indústria do turismo, entretanto, disseram esperar que os voos sejam aumentados de um para dois voos por semana, o que dará mais conveniência para a deslocação e organização de grupos turísticos.

      “A Air Macau está também atenta aos pedidos relevantes, e as rotas para algumas cidades foram igualmente acrescentadas com dois voos semanais. Com a melhoria gradual da capacidade de transporte e de recursos humanos da Air Macau, acredita-se que haverá mais boas notícias sobre os grupos de turistas do exterior”, garantiu.

      Recorde-se que o Governo de Macau, com vista a impulsionar a recuperação da economia e turismo, planeia lançar várias campanhas de promoções, incluindo oferta de 120 mil bilhetes de avião a turistas do interior da China, Taiwan e países estrangeiros, bem como subsídio ao alojamento de turistas em Macau – 150 patacas por noite para os turistas de Guangdong e 250 patacas para os das outras províncias chinesas.

      A DST avançou ainda que está a estudar os planos de subsídios para excursões turísticas de Hong Kong, Taiwan e grupos internacionais, para serem lançados o mais rápido possível. “Para os visitantes internacionais, a ideia preliminar é atribuir 350 patacas por uma noite de alojamento e 500 patacas por duas noites ou mais. A indústria está a organizar recentemente excursões provenientes do Sudeste Asiático, mas o respectivo plano de financiamento ainda está em fase de apreciação”, acrescentou, frisando que o sector do turismo apontou que há uma falta ligeira de mão-de-obra de condutores de autocarros turísticos.

       

      BEM-VINDOS, SEM RESTRIÇÕES

      Aos jornalistas, um turista de Xangai disse que está muito contente por poder visitar Macau após a pandemia. O homem, de apelido Shi e com 80 anos de idade, revelou que a última visita a Macau foi há uma década, e que durante os três anos da pandemia teve sempre a vontade de passear na região, só que não era possível devido às restrições epidémicas.

      “Agora posso finalmente vir a Macau, espero visitar e experimentar mais os novos projectos turísticos desenvolvidos em Macau, e também ver os hotéis e centros comerciais das operadoras de jogo”, sublinhou, afirmando que gosta muito de Macau e acredita que a cidade tenha um desenvolvimento cada vez melhor.

      Um outro turista, de apelido Lu, enfatizou que está “bastante emocionado” com esta viagem à RAEM. “Gostaria de visitar Macau porque o meu trabalho também tem um pouco uma relação com Macau. Neste passeio vou provar a gastronomia de Macau, visitar as atracções, e vou ver as Ruínas de São Paulo”, notou.

      O senhor Lu indicou que fez uma visita a Zhuhai em Dezembro do ano passado, mas acabou por não conseguir vir a Macau devido ao grande surto da Covid-19 no território. Adiantou que vai consumir nas lojas de produtos típicos e também de produtos de luxo locais. “Não há limite no orçamento de consumo em Macau, vou comprar quando vir algo que gosto”, assegurou o turista, uma vez que considera que a pandemia já passou e a economia vai melhorar.

      Recorde-se que as autoridades anunciaram em Setembro do ano passado a retoma das excursões e emissão de vistos electrónicos dos turistas do interior da China. Nessa altura, o Chefe do Executivo Ho Iat Seng previu que as actividades de turismo em grupo fossem reiniciadas em Novembro, mas afinal o recomeço chegou ontem após o levantamento das restrições epidémicas e o retorno à normalidade total da circulação transfronteiriça entre Macau, Hong Kong e o Continente.