Um grupo de deputados suíços defendeu ontem, em Taipé, o aprofundamento das relações políticas entre o seu país e Taiwan, durante um encontro com a líder do território, que Pequim reclama como uma província sua. “O governo suíço deve examinar de que forma as relações entre Suíça e Taiwan podem ser gradualmente aprofundadas, no interesse dos negócios, política, ciência e cultura”, afirmou a deputada Fabian Molina, durante o encontro com Tsai Ing-wen.
As visitas de funcionários governamentais, deputados ou académicos estrangeiros a Taipé têm-se multiplicado, apesar da pressão exercida pela China para isolar o território.
O Exército de Libertação Popular, as Forças Armadas da China, tem organizado operações em larga escala, com recurso a navios de guerra e aviões militares, junto a Taiwan, numa altura em que Pequim se prepara para um possível bloqueio ou ataque total ao território, o que tem suscitado grandes preocupações entre os líderes militares dos Estados Unidos, o principal aliado da ilha.
A Suíça, tal como todos os outros governos europeus, excepto a Cidade do Vaticano, tem relações oficiais com Pequim, em vez de Taiwan, mas mantém extensos laços comerciais e oficiosos com a ilha, um centro de alta tecnologia e uma potência comercial. “É essencial que as diferenças e tensões existentes entre Taiwan e a República Popular da China sejam resolvidas pacificamente e através do diálogo”, afirmou Molina, membro do Partido Social Democrata da Suíça. “Algo diferente disso seria inaceitável”, apontou.
Delegações parlamentares do Reino Unido, França, Japão e outros países também visitaram Taiwan nos últimos meses, numa demonstração de apoio ao seu governo eleito, apesar da oposição de Pequim.
A embaixada da China na Suíça alertou os deputados, antes da viagem, para evitarem “contactos oficiais”, de acordo com a imprensa suíça. A delegação suíça incluiu ainda Nicolas Walder, Yves Nidegger, Mustafa Atici e Leonore Porchet.
Tsai afirmou que Taiwan e a Suíça são “parceiros semelhantes”, que valorizam a liberdade e a democracia. “Gostaria de agradecer, mais uma vez, a todos, o vosso firme apoio a Taiwan”, apontou. “Taiwan está na linha da frente na defesa da democracia. Face à contínua expansão do autoritarismo, apelamos também aos amigos da frente democrática para que continuem a aprofundar a nossa parceria e o trabalho em conjunto, visando garantir o nosso modo de vida”, apontou.