O ROLLOUT Dance Film Festival decorre dentre amanhã e sexta-feira, dia 10 de Fevereiro, no Cinema Alegria. A organização do evento exibirá os filmes de dança “A Body in Fukushima”, “The Ferryman” e os portugueses “Body-Buildings” e “Isabella”. “Os quatro filmes trazem consigo corpos e movimentos de diferentes cidades e culturas, desde Fukushima, no Japão, até às belas paisagens vulcânicas da Indonésia, do Japão e das montanhas da Escócia, passando ainda pelo património arquitectónico de Portugal e o Museu do Louvre, em Paris, na França. Estes filmes ganharam inúmeros prémios e são recomendados por aclamados festivais internacionais de cinema”, começou por dizer a organização do festival em comunicado de imprensa.
Para a organização, que traz a Macau, desde 2016, os melhores filmes sobre dança no mundo, é “através das múltiplas configurações de distintas linguagens cinematográficas e coreográficas, música e imagens, que se mostra como os filmes de dança não apenas combinam dança e videografia como expressões artísticas, mas também incorporam a visão única dessa abordagem híbrida para capturar e transmitir elementos contemporâneos”.
O ROLLOUT Dance Film Festival é um evento bienal sobre filmes de dança. Ao longo dos anos tem vindo a apresentar filmes agraciados com prémios internacionais, projecções seleccionadas, palestras, workshops, entre outros. “Trabalhamos para construir e manter uma plataforma em Macau que continue a encorajar o aparecimento de novas possibilidades sobre filmes de dança em todas as direcções”, referiu a organização no mesmo comunicado.
Em 2022, 49 filmes foram escolhidos para entrar na quarta edição do ROLLOUT. As exibições de 27 filmes finalistas do prémio, 22 filmes da selecção oficial e curadorias, serão realizadas na Casa Garden, no Cinema Alegria e no café Bookand, com alguns deles também online para alcançar um público global mais amplo. “No âmbito do festival, a competição internacional online #ROLLING48Challenge também foi anunciada no passado dia 27 de Janeiro para incentivar todos a criar, experimentar e divertirem-se a fazer um filme de dança”. Os participantes fizeram e enviaram filmes de dança de exactamente um minuto de acordo com o tema “Desenrolar”, 48 horas após o anúncio usando o inovador aplicativo móvel Dance Trail desenvolvido por Cie Gilles Jobin da Suíça.
PORTUGAL, JAPÃO E FRANÇA
O filme “Body-Buildings”, de Henrique Pina, reúne seis coreografias (de Tânia Carvalho, Vera Mantero, Victor Hugo Pontes, Jonas & Lander, Olga Roriz e Paulo Ribeiro) criadas para seis obras de arquitectura em seis localidades de Portugal, reunindo dança, arquitectura e cinema, além de fundir identidades e conceitos. Já o também português “Isabella”, dirigido pelo artista circense português Ricardo S. Mendes, conta a história de Ricardo e sua amada peça de circo “Isabella”. Além de Ricardo, Isabella apresenta os talentos circenses de Hong Kong e Taiwan, Patrick Pun e Chien Hung Shu. “Isabella” é um filme sentimental, mas bem-humorado, sobre artistas e os objectos de malabarismo com os quais trabalham.
Do Japão vem “A Body in Fukushima,” dirigido pela artista e coreógrafa interdisciplinar baseada em movimento Eiko Otake, que viajou seis vezes para Fukushima após o triplo desastre de 2011 – terremoto, tsunami e colapso nuclear. Colaborando com William Johnston, fotógrafo e estudioso da história japonesa desde sua segunda viagem, o filme foi elaborado a partir de dezenas de milhares de fotografias e textos pessoais. Acompanhado por uma trilha sonora original, Otake transforma as paisagens surreais e irradiadas num local para performance. O corpo da artista, “encarnando a dor, a raiva e o remorso, é captado pelos gritos das paisagens de Fukushima”. Considerado um projecto de testemunho, lembrança e empatia, “A Body of Fukushima” lida com a realidade do fracasso humano.
“The Ferryman” (“Le passeur des lieux”), dirigido por Gilles Delmas, narrado pela lendária artista performativa Marina Abramović com partitura criada pelo compositor Ryuichi Sakamoto, “é uma exuberante jornada visual e coreográfica às raízes animistas de rituais, dança e escultura, e sua relevância contemporânea”. Rico em metáforas, o coreógrafo e dançarino belga-francês Damien Jalet leva o espectador a uma jornada bizarra através do limiar entre os mundos. Filmado nas deslumbrantes paisagens vulcânicas de Bali, Japão e montanhas da Escócia, bem como dentro das secções mais antigas do Museu do Louvre em Paris, o ancestral vínculo espiritual entre o homem e a natureza é retratado aqui através de uma série de cerimónias marcantes e apresentações de dança contemporânea.