O arquitecto macaense Carlos Marreiros foi um dos nomes convidados da edição deste ano do Festival de Lanternas de Xi’an, onde levou um total de 45 obras, todas elas idealizadas por si e construídas em Foshan, na província de Guangdong.
Ao PONTO FINAL, o também artista plástico não escondeu a sua alegria ao contar como tudo aconteceu. “Havia entre eles e mim um contacto de já alguns anos, mas só agora foi possível levar as minhas lanternas a Xi’an”, começou por dizer.
Marreiros explica que uma pessoa influente em Pequim e junto do festival das lanternas viu o seu trabalho com as lanternas do Coelho que o artista expôs em tempos no One Central e lançou o repto. “Fui convidado há alguns anos, mas uma coisa deste tipo é muito cara e a minha participação foi sendo adiada. Mas, este ano, por ser o Ano do Coelho fazia sentido participar, e com a ajuda de Macau fomos até lá”, explicou, lembrando que a RAEM sempre manteve a tradição secular das lanternas dedicadas a este pequeno animal.
Considerado um dos maiores festivais do mundo de lanternas, principalmente no que concerne ao Ano Novo Lunar, o evento de Xi’an revela centenas de lanternas produzidas nos mais diferentes cantos do mundo. “Fiz os desenhos, os 3D e os cálculos das estruturas. Depois as 45 lanternas que vão desde os três metros aos 15 metros de tamanho foram produzidas em Foshan”, revelou, explicando que a sua proposta é “mais contemporânea do que tradicionalista”, mas que, ainda assim, “obteve muita sensação” pelos visitantes.
O artista referiu ainda que o seu trabalho teve ecos na imprensa local, mas também nacional. “Entre centenas de lanternas, tive um bom impacto. Valeu a pena ter o meu trabalho espalhado e destacado pelas ruas da cidade, principalmente o conjunto que esteve exposto junto do Palácio Imperial”, constatou.
O Festival de Lanternas de Xi’an é já uma imagem de marca das celebrações do Ano Novo Lunar e serve para promover Xi’an como o lugar “ideal e o melhor destino turístico internacional” para passar a época festiva.
Este ano, o evento recebeu, uma vez mais, milhões de visitantes. Os diversos distritos e condados da cidade, bem como alguns dos resorts turísticos de Xi’an, realizaram uma série de actividades baseadas nos costumes locais, incluindo as já faladas exposições de lanternas, feiras de templos, apresentações de Shehuo, óperas de Qinqiang, entre outras atracções.
A área cénica da Muralha da Cidade de Xi’an declarou, para o evento, que o limite de tráfego diário seria de 70 mil pessoas e, de igual modo, tomou medidas temporárias de limitação de fluxo quando a área começar a exceder as 20 mil pessoas. Desde a abertura do festival, o número de turistas dobrou e tornou-se cada vez mais difícil adquirir um ingresso.
