Cheong Kin Man, antropólogo visual de Macau, está acolaborar com a artista polaca Marta Stanisława Sala na exposição que começou ontem e termina a 31 de Julho em Cracóvia, intitulada “O Salgueiro da Ester”, integrado também no festival de cultura judaica polaco FestivALT. A artista polaca, juntamente com a sua irmã e filósofa, Katarzyna Sala, e com o artista e poeta norte-americano de origem judaica, Robert Yerachmiel Sniderman, apresentam esta exposição de arte com o fim de lutar contra o antisemitismo. A exposição evoca a história de um salgueiro plantado no sítio de uma antiga sinagoga demolida durante a ditadura na Polónia. O antigo salgueiro foi cortado em 2018 e, para apresentar o projecto de plantação de uma nova árvore neste sítio através de e como uma expressão artística. No domingo, os artistas vão plantar o novo salgueiro na cidade de Chrzanów, onde a antiga sinagoga foi demolida em 1973.
A exposição apresenta obras de tecido de Marta Stanisława Sala, poemas de Robert Yerachmiel Sniderman, um filme experimental, entre outras obras. Conta ainda com as imagens e fotografias de Cheong Kin Man. “A convite de e em colaboração com Marta Stanisława Sala, responsabilizei-me pela representação visual e artística da parte da documentação histórica da exposição. Recriei cerca de oitenta imagens históricas e fiz uma série de fotografias das notas e dos poemas de Robert Yerachmiel Sniderman”, explica o artista de Macau. “Muitas imagens digitais que me foram dispostas não são ‘trabalháveis’ no sentido convencional, pois a maioria delas é de baixa qualidade. Por isso recriei, aproveitando a estética de imagens com pixels, muitas delas até intencionalmente pixelizadas”, explica.
Depois desta colaboração, Cheong Kin Man vai continuar a trabalhar com Marta Stanisława Sala numa residência artística durante todo o mês de Julho no Festival de Arte Begehungen na cidade alemã de Thalheim, no estado da Saxónia. “Inspirado pela tradição cantonense de homenagear os antepassados, vamos criar juntamente uma série de ‘dinheiro dos mortos’ e faremos uma performance no festival em Agosto”, assinalou o antropólogo de Macau.