De acordo com as estatísticas do ambiente divulgadas ontem, Macau registou em 2021 um aumento na temperatura média de 0,2ºC face ao ano anterior, e de 0,7ºC em relação ao valor médio dos últimos 30 anos. O respectivo recorde do ano passado de 23,5ºC foi considerado de “nível relativamente elevado”. Este relatório apresentado pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos revelou ainda que Macau teve menos dias com qualidade do ar considerada “bom”.
A temperatura média em Macau continua a subir, com um registo de 23,5ºC no ano passado, o que corresponde a “um nível relativamente elevado”, segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). As estatísticas do ambiente referente a 2021 divulgadas ontem pelo organismo mostraram que esta temperatura marcou um acréscimo de 0,2ºC face à do ano de 2020, e de 0,7ºC em comparação com o valor médio climático (22,8ºC) de 1991 a 2020.
De acordo com o relatório, a temperatura máxima do ano passado verificou-se no mês de Julho com um recorde de 35,8ºC, o que traduz um aumento de 0,3ºC em relação ao ano anterior. Já a temperatura mínima foi de 6,1ºC registada em Janeiro, ou seja, menos 0,6ºC face à de 2020.
As condições climáticas da RAEM apresentam uma tendência com cada vez mais calor. Segundo os dados meteorológicos, o número de dias quentes aumentou dois dias para um total de 33 dias, enquanto o território teve menos dias frios em 2021, com 17, o que representa cinco dias menos em comparação com 2020.
Houve oito tempestades tropicais que registaram passagem pela RAEM no ano passado, e o sinal nº 8 foi hasteado aquando da passagem do ciclone tropical “Lionrock” e do tufão “Kompasu”, ambos em Outubro. Recorde-se que ocorreram cinco tempestades tropicais nos últimos dois anos, e o sinal nº 8 foi hasteado em Julho e Agosto, que é a altura normalmente considerada mais propícia para a chegada de tufões.
Já no que diz respeito à qualidade do ar, a poluição atmosférica agravou-se nas diversas zonas em Macau. Durante o ano de 2021, o número de dias com qualidade do ar “bom” observado em todas as estações de monitorização diminuiu face ao ano anterior, excepto em duas estações (berma da estrada de Macau e na estação de berma da estrada de Ká-Hó).
A Taipa foi a zona mais afectada pelo problema da poluição do ar, sendo que os números de dias com qualidade de ar “bom” registados na estação de alta densidade habitacional da Taipa e na estação ambiental da Taipa desceram 25 e 15 dias, respectivamente. O número de dias com qualidade de ar “insalubre” observado na estação ambiental da Taipa cresceu 8 dias em termos anuais.
“Em 2021, o valor mais elevado do índice de qualidade do ar foi observado na estação ambiental da Taipa em Junho, fixando-se em 155, correspondente à qualidade do ar ‘insalubre’, e o principal poluente do ar foi o ozono (O3)”, assinalou o relatório.
O número de dias com valor superior ao valor padrão relativo às partículas inaláveis em suspensão (PM10) aumentou em todas as estações. É de salientar que, nas estações de alta densidade habitacional da Taipa e de Macau, foram detectados, respectivamente, 13 e 10 dias com valores superiores ao valor padrão.
O relatório revelou ainda que a Central de Incineração de Resíduos Sólidos tratou 453.152 toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2021, o que corresponde a um crescimento de 3,6% em termos anuais. O volume de resíduos especiais e perigosos foi de 6.223 toneladas, mais 36,5% face a 2020.
Entretanto, o volume de recolha de materiais recicláveis verificou um aumento geral em 2021. Segundo os dados divulgados, o volume de recolha de plástico obteve o maior acréscimo de 136,8% comparando ao período homólogo de 2020, com 300,2 toneladas, enquanto que a recolha de metal (parcela medida por peso) foi de 201,4 toneladas, representando uma variação de 78,1% face ao ano anterior.
As autoridades de protecção ambiental receberam um total de 2467,2 toneladas de papel para reciclagem em 2021, ou seja, marcou-se uma variação positiva de 66,5% em termos anuais.
Além disso, a área de solos de Macau atingiu 33 quilómetros quadrados, mais 0,1 km2 face a 2020, salientando-se que a densidade populacional diminuiu ligeiramente em 100 pessoas por km2, para 20.700 pessoas por km2.
PONTO FINAL