A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou ontem, por 93 votos a favor, uma resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a alegados crimes de guerra e crimes contra humanidade na Ucrânia. A resolução, apresentada pelos Estados Unidos da América (EUA) e apoiada pela Ucrânia e outros aliados, obteve 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções entre os 193 Estados-membros das Nações Unidas. A proposta foi apresentada pelos EUA “em estreita coordenação com a Ucrânia e com outros Estados-membros e parceiros da ONU”, como avançou, na segunda-feira, a embaixadora norte-americana junto da Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield. Um país que está “a subverter todos os princípios básicos” da organização, com a invasão da Ucrânia, “não pode continuar dentro do Conselho de Direitos Humanos”, afirmou a diplomata na rede social Twitter na ocasião.
A invasão russa da Ucrânia já provocou pelo menos 1.611 mortos e 2.227 feridos entre a população civil, a maioria dos quais devido a armas explosivas com vasta área de impacto, indicou ontem a ONU. No seu relatório diário sobre vítimas civis confirmadas desde o início da agressão militar russa na Ucrânia, em 24 de Fevereiro, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou, até às 24:00 de quarta-feira , 131 crianças entre os mortos e 191 entre os feridos. O Alto Comissariado da ONU adverte, contudo, que estes dados sobre as vítimas civis estão muito provavelmente aquém dos números reais, sobretudo nos territórios onde os ataques intensos não permitem recolher e confirmar a informação. É o que acontece, por exemplo, em Mariupol e Volnovakha (região de Donetsk), Izium (região de Kharkiv), Popasna (região de Lugansk) e Borodianka (região de Kiev), onde há alegações de numerosas baixas civis, mas ainda por confirmar e que por isso não estão incluídas nas estatísticas da ONU.