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      Início Opinião Japão como parceiro estratégico

      Japão como parceiro estratégico

      Escrevo-vos de Tóquio. Capital do Japão, sede do Trono de Crisântemo, no país do sol nascente. Apesar da chegada da Primavera e das primeiras cerejeiras em flor (as Sakura), faz frio e hoje, terça-feira, 22, nevou.

      Vivemos tempos gelados. No respaldo da mais grave agressão militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, o mundo ocidental e os seus parceiros, entre os quais se destaca o Japão, olham com preocupação o desenrolar dos acontecimentos, procurando levar a inqualificável guerra de agressão russa a uma resolução que, já não podendo ser pacífica, se espera pelo menos célere.

      Em Bruxelas, do outro lado do mundo, frenesim diplomático: reuniões do Conselho dos Negócios Estrangeiros, Cimeira da NATO e Conselho Europeu, visita do Presidente Joe Biden. A Bússola Estratégica agora publicada pelo Conselho da UE, fruto de um longo trabalho de consolidação e análise, esboça iniciativas tangíveis em 4 áreas: operações, ameaças emergentes, capacidades, e parcerias, com objetivos e prazos concretos.

      É precisamente nesta última área que se insere o Japão. Um dos objetivos definidos é reforçar a cooperação com parceiros bilaterais que partilham os mesmos valores e interesses, como, os EUA, Noruega, Canadá, Reino Unido e o Japão. Este último é central à estratégia europeia para o Indo-Pacífico, que procura promover uma arquitetura de segurança regional aberta e baseada em regras, incluindo linhas marítimas seguras de comunicação, construção de capacidades e presença naval reforçada na região (desenrolaram-se recentemente exercícios navais conjuntos e escalas portuárias com os nipónicos).

      O respeito pelo direito internacional, a resolução pacífica de disputas e uma ordem internacional baseada em regras e direitos humanos merecem TODO o nosso empenho, portugueses e japoneses, em particular no momento histórico difícil que atravessamos.
      Apenas em concerto com os nossos aliados e parceiros os poderemos defender e acabar com estas imagens na TV que, em todas as geografias do mundo, nos entram pela casa e coração adentro.

       

      Vítor Sereno
      Diplomata

      *Texto originalmente publicado no Diário As Beiras