Singapura executou ontem um preso, de 68 anos, condenado por tráfico de droga, o primeiro desde 2019. Um cidadão da cidade-Estado foi enforcado na prisão de Changi, informaram o advogado de direitos humanos Ravi Madasamy e a activista Kirsten Han, coordenadora da organização não governamental (ONG) Transformative Justice Collective. A execução não foi confirmada pelas autoridades, que geralmente apenas divulgam uma lista anual de enforcamentos, o método utilizado em Singapura. O indivíduo foi condenado à morte por dois delitos de tráfico de droga em 2015, por quantidades totais de 66,77 gramas de heroína. Há uma semana, o irmão recebeu uma carta dos Serviços Prisionais de Singapura a informar que a execução tinha sido agendada para ontem. Nascido numa família com dificuldades financeiras, Kahar passou grande parte da vida atrás das grades por problemas de droga, e, depois de cumprir uma primeira pena em 2005, tentou reabilitar-se com a ajuda do irmão, que lamentou a ausência de programas e de orientação por parte das autoridades. O caso de Kahar exemplifica, segundo Kirsten Han e outros activistas, um preconceito contra os pobres, uma circunstância, disseram, partilhada pela maioria dos condenados no corredor da morte, onde as condenações por tráfico de droga abundam. Vários presos já esgotaram os últimos recursos, incluindo um malaio que viu na terça-feira um tribunal rejeitar o último recurso, apesar da deficiência mental medicamente diagnosticada, suscitando críticas das Nações Unidas e da União Europeia.